terça-feira, 13 de maio de 2008

Herança de 68


Este ano estamos comemorando o Maio de 68, e é claro, não faltam críticas e elogios ao movimento, porém quero aqui deixar, neste breve comentário uma posição pessoal e espero que os leitores deste blog postem suas posições também.

Este tema esta sendo tratado muito claramente pela grande mídia e recebi estes dias uma matéria de jornal, que explicita bem vários pontos de vista sobre o tema, em geral todos citam o comentários sobre a Sociedade do Espetáulo de Guy Debord, como sendo um precursor do movimento, porém muitas críticas foram colocadas sobre esta obra, como sendo inocente em relação ao pensamento capitalista da época, imagino que para um leitor avisado, os temas de uma obra, sabemos bem, nunca pode abarcar todo o mundo, e para Debord, um situacionista, este pensamento, imagino, também é certo.

Podemos ver os primórdios da Sociedade do Espetáculo, na obra Passagens, de Walter Benjamim, onde trata justamente da nova versão do capitalismo e do nascimento da publicidade, como norteadora do senso comum.
Nesta obra Benjamim, parte das Passagens, pequenos becos que ligam duas ruas paralelas, onde ia alojando um comercio mais moderno, o capitalismo não tinha mais o carater industrial e os serviços estavam se ampliando, e entre estes novos modos ia surgindo a industria da moda, que ditava sua nova e determinante ordem social, não que a moda não fosse algo de se notar na história, é que neste periodo a figura do publicitario estava se afirmando.

Bom aqui não é o lugar para tratar da obra de Walter Benjamim, o que podemos tirar deste comentário é um certo préludio do que Debord Chamaria de Sociedade do Espetáculo, e é claro que recomendo a leitura de Benjamim sobre o tema, ninguem melhor...

A herança que hoje temos do maio de 68 é muito diversa, desde a liberdade de expressão até certas linguagens artísticas, que tiveram seu nascimento decretado naqueles anos, a Performance é um exemplo da idéia de liberdade e de transe, como uma moda oriental, que era difundida na época, outro movimento que podemos citar é o Fluxo, do qual uso na abertura do texto um trabalho de um de seus criadores, PAIK .

Muitos falam das drogas como uma herança da época, pelo menos seu uso exarcebado, porém não acho que isto tenha muita relevancia, poi9s desde tempos imemorias que o homem busca plantas e outras substancias que possam dar-lhe ampliação aos sentidos, apesar de hoje termos muitos problemas com elas não é culpa desta revolução cultural e sim de um governo que fecha os olhos para o mundo e de uma policia corrupta que em grande parte é responsavel pela destribuição de drogas letais que nada tem a ver com o experimentalismo de 68, e sim com um consumo cruel e altamente capitalista.

Hoje podemos tirar lições de 68, mas sem retirarmos as criticas, que é claro são muito validas mas não podemos cair em retrocessos do tipo, Familia, Moral, estes temas já a muito tempo superados que sempre voltam a tona motivados pr uma burguesia imbecil que na fundo só estão preucupados com a partilha dos bens do burguês Chefe.

de seu carissímo...

Ficelle

Um comentário:

JIMMY AVILA disse...

Maio de 68 quria tudo( Seja realista queira o impossivel!!)e prometeu muito, a imaginaçao no poder foi só uma das coisas.
Mas, muito antes desses 40 anos que se comemoram agora, em 1989 com a quada ou mesmo alguns anos depois dos jovens ganharem as ruas de Paris, o Maio de 68 ja mostrava suas limitaçoes.
Raciere faz uma grande observaçao ao notar como 68 fez de uma massa de jovens ansiosos por liberdade, vorazes consumidores hedonistas da nova onda Capitalista do pos guerra.
Comento isso porque a maioria dos comentarios na imprensa sobre 68 tem sido de um nostalgismo libertario que fica mais no sentimentalismo que no fatual.

Infelizmente naó tenho tempo agora de comentar melhor o topico tao importante, mas prometo que volto ..

abraços